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Você sabe o que é um Fundo de Investimento?

Já fiz alguns posts aqui no blog sobre investimentos de renda fixa e sobre suas principais utilizações. E há um tempo atrás comecei a receber pelo Instagram algumas perguntas também sobre opções de fundo de investimento, principalmente de renda fixa como alternativa para manter a reserva de emergência. Então a ideia do post de hoje é primeiro esclarecer uma pouco sobre a ideia geral de um fundo de investimento e aos poucos vou fazendo posts específicos sobre cada opção.

Primeiramente você sabe o que é um Fundo de Investimento?

É uma forma de investimento em que várias pessoas aplicam seu dinheiro em conjunto e confiam a um gestor especializado a tomada de decisão sobre onde esses recursos serão alocados.

Os investidores que efetuam esse aporte não precisam investir todos a mesma quantidade, mas todo fundo tem um valor mínimo de entrada e um valor mínimo de movimentação (explicarei melhor mais a frente).

Os fundos de investimento acabam sendo uma boa opção em diversos cenários, vou deixar alguns exemplos aqui:

  • Para quem quer diversificar a carteira mesmo realizando um investimento com valor inicial baixo (tem fundos que permitem a entrada do cotista a partir de R$100,00);
  • Possibilidade de acessar produtos de boa rentabilidade, mas que só estão disponíveis para quem tem condições de investir um valor muito alto (até mesmo milionárias), então o Fundo de Investimento pode ser uma ferramenta para você alcançar esse tipo de investimento;
  • Acessar produtos que não são oferecidas para pessoa física;
  • Ter o benefício de contar com uma gestão especializada, facilitando o investimento de quem ainda não tem muita familiaridade com o mercado financeiro;
  • E também é uma boa opção para aquelas pessoas que não podem (ou não querem) despender tempo cuidando desse tipo dos investimento.

Porém existem muitas opções de fundos de investimento, e assim como qualquer tipo de produto, temos fundos bons e ruins. É preciso analisar as opções atentamente para saber se compensa, pois existem vários tipos de cobranças que podem incidir na gestão do fundo que podem comprometer a rentabilidade.

Os fundos são estruturados de forma a manter a transparência e segurança para o investidor. Todo fundo deve possuir empresas responsáveis por cada área de atividade, sendo essa divisão basicamente composta por:

Gestor: responsável pelas decisões sobre os investimentos que serão realizados;

Administrador: empresa responsável pelo funcionamento do fundo, relatórios, informe de rendimentos e todas as demais atividades administrativas;

Custodiante: é a instituição financeira responsável pela guarda dos ativos do fundo;

Auditor: empresa que fiscaliza o fundo e garante que tudo esteja funcionando de acordo com as normas legais de operação;

Distribuidor: é a instituição que faz a venda das cotas, servindo de intermediário entre o investidor e o fundo.

Exemplo:

Um fundo de investimento pode ser gerido pela Devant Asset, administrado pelo BTG Pactual, custodiado pelo Bradesco, auditado pela KPMG e distribuído pela Easynvest, Modal Mais e BTG Pactual.

Quais as taxas que incidem sobre os Fundos de Investimentos?

Como visto acima, existe toda uma estrutura para manter o funcionamento de um Fundo de Investimento, e portanto, há um custo para isso. Esse custo é repassado ao investidor através das seguintes taxas:

Taxa de administração: um valor anual, cobrado em % com o objetivo de remunerar o gestor e os demais envolvidos na estrutura do fundo.

Taxa de performance: essa taxa não existe em todos os fundos, porém alguns trabalham com essa opção como se fosse uma remuneração adicional para o gestor caso ele supere um indicador de rentabilidade pré-definido pelo fundo. Nesse caso, a taxa só será cobrada quando esse valor superar esse índice, e o cálculo da performance só pode ser realizada após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa de administração.

Imposto de renda: como existem muitos tipos diferentes de fundos as regras de tributação mudam conforme o fundo. Em geral, a variação fica entre 15% e 22,5% sobre o rendimento da aplicação, dependendo principalmente do tempo de permanência do investimento.

  • Fundos de Renda Fixa, Multimercado e Cambial
    • Fundos de Curto prazo
      • até 180 dias – 22,5%
      • superior a 180 dias – 20%
    • Fundos de Longo Prazo
      • até 180 dias – 22,5%
      • entre 181 e 360 dias – 20%
      • entre 361 e 720 dias – 17,5%
      • acima de 720 dias – 15%
  • Fundo de Ações
    • 15% no resgate (não tem come-cotas)

*Alguns fundos podem também cobrar taxas de ingresso (no momento da aplicação) e de saída (no momento do resgate).

Observação: A rentabilidade apresentada nas divulgações dos fundos são sempre líquidas da Taxa de Administração (ou seja, calculada após p pagamento da taxa) porém brutas de IR (já que não é possível saber quanto o investidor pagará de IR, pois varia de acordo com o tempo que ele mantiver o dinheiro no fundo).

Quais os tipos de Fundos de Investimento?

  • Fundos Abertos: São fundos em que o investidor pode resgatar o dinheiro investido a qualquer tempo, pois o número de cotas do fundo é variável.
  • Fundos Fechados: São fundos em que o investidor só pode resgatar seu dinheiro no prazo estipulado, quando houver uma eventual liquidação, caso haja alguma deliberação a respeito disso pela assembléia ou quando houver previsão no regulamento do fundo. É possível também obter o dinheiro antes do período caso seja realizado uma venda da cota para outro investidor.
  • Fundos Restritos: São fundos que permitem o ingresso de um grupo restrito de investidores, que pode ser uma família específica, um empresa, um grupo econômico, um grupo de investidores profissionais ou apenas para investidores qualificados.
  • Fundos Exclusivos: São fundos em que apenas um determinado investidor pode comprar as cotas. Nesse caso, apenas investidores profissionais pode ser cotistas de fundos exclusivos.

Quais as classes de Fundos de Investimento?

Os fundos possuem regras a serem respeitadas para composição de sua carteira. O objetivo é mitigar os riscos relacionados ao excesso de concentração dos investimentos em um mesmo tipo de ativo ou em um mesmo emissor. Dessa forma existem alguns limites de concentração que devem ser respeitados além da subdivisão das classes dos fundos.

A regulamentação da CVM organiza os fundos de investimento em 04 diferentes classes:

  • Fundos de Renda Fixa: Investem no mínimo 80% do Patrimônio Líquido em ativos de renda fixa expostos a variação da taxa de juros, algum índice de preço ou as duas coisas junto. A carteira desse tipo de fundo é composta por títulos que rendem uma taxa previamente estabelecida e não é permitido que se cobre taxa de performance nessa classe de fundos, exceto quando o fundo for destinado a investidor qualificado. Pode se enquadrar nas seguintes subclasses:
    • Curto Prazo
    • Referenciado
    • Simples
    • Dívida Externa
  • Fundos de Ações: Investem no mínimo 67% do Patrimônio Líquido em ações negociadas no mercado à vista de bolsa de valores. A performance dessa classe está vinculada à variação de preço das ações que fazem parte da carteira, portanto é mais indicada para quem pretende manter o investimento no longo prazo. Estratégias de alocação:
    • Market timing: fundos que permitem o aumento ou diminuição da exposição à bolsa.
    • Stock picking: aposta em ações com maior potencial de rentabilidade.
    • Arbritagem: compra e venda dos mesmos ativos, com características parecidas, para ganhar na diferença de preço.
  • Fundos Multimercados: É um fundo misto, sem regras específicas sobre concentração em um determinado tipo de ativo, portanto podem investir, por exemplo, em Selic, juros, índice de preços, ações, dívida externa, e podem inclusive usar derivativos como forma de alavancagem ou proteção de carteira.
  • Fundos Cambiais: A carteira desse tipo de fundo acompanha a variação de preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial, sendo obrigado a possui pelo menos 80% dos investimentos alocados no ativo que dá nome ao fundo, de forma direta ou através de derivativos.
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Sobre o autor

Formada em Engenharia Mecatrônica, estudou Gestão Estratégica de Negócios e tem especialização em Finanças, Investimentos e Banking. É consultora registrada na CVM, certificada pela ANBIMA como Especialista em Investimento e associada da Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. Trabalha com Planejamento Financeiro Pessoal, desenvolvimento estratégico de carteira de investimentos, atendendo de forma individual e personalizada ou através de mentorias em grupo, além do curso online Método D-RICA: reorganize, invista, conquistes e aproveite.

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