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Ciclos comportamentais

Estudando um pouco sobre o comportamento pessoal no âmbito financeiro, percebi que estamos inseridos em grandes ciclos de comportamentos e que tendemos a ficar cada vez mais imersos neles se não formos capazes de perceber a gravidade da situação no longo prazo.

É muito comum ouvirmos relatos de pessoas que estavam iniciando um comportamento de endividamento e acharam que era algo leve, simples, que poderiam tomar o controle da situação rapidamente apenas fazendo alguns ajustes. Mas na maioria dos casos essa situação está mais parecida com o fumante que diz que consegue largar o cigarro a qualquer momento mas na verdade já está mais dependente do que nunca.  Com as dívidas é assim também. Se você não estiver atento, estará cada vez mais endividado e com mais dificuldade de retomar o controle.

Um dos perfis mais perigosos na minha opinião é o daquelas pessoas que estão insatisfeitas com sua situação atual, desapontadas perante expectativas fracassadas, que não conseguem se reestruturar e acabam caindo num ciclo depreciativo de sua própria vida. Essas pessoas costumam ter suas finanças desequilibradas, falta de qualidade de vida, sobrecarga no serviço e consequentemente são tomadas por um alto nível de estresse. Demoram a perceber onde tudo começou e muitas vezes se recusam a procurar um profissional para auxilia-los, e acabam se afundando cada vez, num grande ciclo vicioso de dívidas e fracassos.

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O outro perfil, que comumente é considerado bom pela ausência de problemas, mas que na minha opinião se torna perigoso por estar no limite entre a frustração e a sobrevivência é o das pessoas que se contentam com o trabalho do jeito que está, com o salário no valor que está, se apoiando na “segurança” de um 13º salário, por exemplo, e que preferem sempre ficar na sua e não aparecer para também não serem incomodados. Nesse caso, o problema não é a falta de ambição como muitos podem pensar, mas a falta de uma prevenção caso algum evento mude tudo. Essas pessoas normalmente não possuem dívidas mas também não possuem projetos de vida, reservas ou plano B. A pessoa está apenas sobrevivendo. Se algo inesperado acontece, como um acidente ou doença familiar, ou se o indivíduo perder o emprego, toda a rotina dele se perde. Ela passa a integrar o grupo mencionado anteriormente, começa a se endividar, se estressar e perder a qualidade de vida que tinha, pelo simples fato de não ter se prevenido e feito mais quando tinha condições.

O ciclo ideal seria o comportamento da felicidade e da prosperidade. A pessoa que alcança esse nível de comportamento possui o equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional, trabalha com o que gosta e consegue evoluir financeiramente através de metas bem definidas e reservas. Chegar nesse patamar faz a pessoal ter facilidade em escolher e tomar decisões, pois possui liberdade de escolha. Como ela tem objetivos claros é possível traçar os melhores caminhos e alcança-los com mais facilidade do que quem deixa tudo a cargo do destino. Através do uso consciente do seu dinheiro ela consegue um aumento consistente do seu patrimônio e garante a segurança da família em momentos de crise.

A ambição aqui não serve só para te fazer querer mais de forma injustificada, ela serve para te manter sempre em busca de melhorias e auxilia na busca de garantias para que todo o resto fique bem quando você estiver em situações que dependam de fatores externos. A ambição é diferente da ganância. Tem uma frase dita pelo Dr. Roberto Shinyashiki, no prefácio do livro O Poder da Ação, que eu gosto muito e acho que tem tudo a ver com isso, que diz o seguinte:

“A ambição e a ganância às vezes podem ser muito parecidas, mas, em sua essência, são totalmente diferentes. A primeira nasce da vontade de realização, enquanto a outra tem origem na necessidade de poder.”

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O primeiro passo para alcançar a prosperidade é identificar em que ciclo você está. Só assim poderá definir o caminho que precisa seguir e quais mudanças adotar. Reflita sobre seu estilo de vida, liste seus desejos, seus objetivos e se encontre. Quanto antes você mudar, mais fácil será para alcançar seu equilíbrio.

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Sobre o autor

Formada em Engenharia Mecatrônica, estudou Gestão Estratégica de Negócios e tem especialização em Finanças, Investimentos e Banking. É consultora registrada na CVM, certificada pela ANBIMA como Especialista em Investimento e associada da Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. Trabalha com Planejamento Financeiro Pessoal, desenvolvimento estratégico de carteira de investimentos, atendendo de forma individual e personalizada ou através de mentorias em grupo, além do curso online Método D-RICA: reorganize, invista, conquistes e aproveite.

(2) Comentários

  1. Lucas (anonimo) diz:

    Achei o texto muito interessante . Infelizmente identifiquei minha situação atual com o perfil do primeiro ciclo mencionado. Em outra ocasião, quando tive situação financeira melhor, me vi nesse estado de mera “sobrevivência” .
    Me fez refletir. Ótimo texto!

    1. Adrielle Anschau diz:

      Obrigada pelo feedback Lucas. Fico feliz em causar esse tipo de reflexão e espero poder contribuir com seu desenvolvimento. 🙂

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